segunda-feira, 23 de julho de 2007

Manifesto por uma arte cúbica.
-Emmanuel G. Lisboa-

É só uma rapidinha bem!!!
O homem foi anulado. Matematicamente anulado. Foi perdido. Não se pode mais pensar em valor humano. Não se pode mais pensar em humanidade. Vamos pensar em nulidade. Rimar humanidade. Eis aí a escalhafobética noção de informação. Formação. Informa não. Informa forma. Forma sim. Em si. De si. Pra si. Tudo encurtou: O pé. A mão. A língua. A linguagem. O homem. A morte. A ressureição. O medo. A foda.
No tempo em que tudo aumentou: A vida. A beleza. A Tv. A ereção. A música não toca mais, bate. Nos-sa-se-nho-ra-bei-jou-o-homem-no-cu. Em nome da não morte. E da SIM VIDA. A vida ficou. Parada. Sem dono. Chorosa. Lamuriosa. Trabalhosa. Viver não é igual a estar vivo.
Somos artistas. Que fazem arte. Sem voz. Com grito. Barrocos modernamente românticos. É palavra pouca. A língua já foi apropriada, possuída e refletida, vamos comê-la. É informação rápida. Macunaímas do mundo não vêem Homem-máquina são máquina. Sete vai–Dezenove volta. Olorung Boto tucupi. Levanta. Corre vai cuspi. Riobaldo–mandu sarava– Basarov–mandu sarava – Julien–mandu sarava – Sade– mandu sarava –Miramar–mandu sarava. Brasil. De Mula . Sociologia. De anular.
Perdidos. Grito da caverna. Mata logo. Se tirou a roupa: trepa. Opula. Escreve. A literatura é a mais plástica das artes não plásticas. O homem é o mais irracional dos animais racionais. Preciso aprender. Preciso estudar. Preciso trabalhar. Preciso acordar. Preciso busão, trânsito, brigão. Preciso comunicar. Preciso escutar. Preciso ver. Preciso amar. Preciso conservar. Preciso instruir. Preciso parar.
A arte deve ser: Rápida. Arte. Arte. Informativa. Arte. Humana. Arte. Genitiva. Arte. Sensitiva. Arte. Articulista. Arte. Ruim. Arte. Boa. Arte. Não Arte. Faz poesia. Calcula a conta do dia. Faz conto. Não esquece o cartão de ponto. Escreve na folga. Não escreve. Escreve quando precisa. Psicologia? É quente. Direto. MetAL-fórico. Quando pronto explode. Não sensibiliza. Espalha o monte de bosta.
Na literatura do século XXI é vanguarda fazer soneto. Linguagem moderna virou prolixa. E quem usa?
Nonada é Travessia em leitura dinâmica. E crucifixo tem para-raio. Recomeço é repetição exigida. Fumar faz mal pro pulmão. Arte é coisa de vagabundo. Façamos ginástica masturbatória. Sentir dor é elegante. A forma da arte não é a da vida. A forma da vida é a da arte. Metafísica+materialista+socialista+ capitalista+altruísta+sofista+financeira+doença+letra+palavra+guerra+arte+medo+fome+sexo+gole+utopia de verdade é o homem.
Tudo ao cubo tem três lados. 3*3*3=18 –– 1+8=9 –– √9=3.
Saudade é voltar ao que não foi. Poeta é homem mudo de voz. Homem ainda não é. O mundo ainda não está pronto. Tenho impressão de que não posso ter impressão. Só me permitem certezas. É certo que sou incerto. É incerto que sou certo. Maníacos morrem no trem. Mendigos na calçada. Tudo se acaba. Foi apaixonado por uma puta. Amava sua mãe. Nietzsche não chorou. Era duro. Foi apanhado fumando maconha. Jesus quando transou Maria de Betânia usou camisinha. A arte não faz cera. Mataram Eça de Queiroz. Mataram Balzac. Mataram as Icambiabas. Poesia. Letra. Grito. Brasil. É merda pa todo lado. Estamos com pressa do que?

Deus

Deus
Blake

Cavaleiro

Cavaleiro
Hans Holbein