Soneto da Desedificação
-Roberta Villa-
um milheiro de areia;
sentimento com concreto;
massa, ferro aflito;
e o prego devaneia.
Em nós firmou-se alvenaria
enfim,chega-se ao teto
porém, há o erro feto :
é o alicerce-idéia
Edifício Obsoleto
da vil janela oculta
afã-luz se distancia
Como se houvesse infância
revolto-me, sem culpa
com acre querer : Grito !
Quero quebrar esta estrutura
nua
crua
vadia pela rua
correrei aclamando:
-Desedifiquem-se do sistema!
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AmadaModa II
-André Prosperi-
a mídia molda
a amada moda
que molda a média
com bela roupa
e cobre a pele
de um belo corpo
que feito roupa
está na moda
esconde a pele
da alma morta.
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Bolinhas de Sabão
-Roberta Villa-
Eu brincava: bolinhas de sabão !
... quando pisei numa poça de ilusão
nela tinha lama, limo
e xixi de rato !
Morrerei, agora, com leptospirose.
Mas antes quero a ultima
derradeira dose
(para desengordurar o corpo e a mente,
um copo de água-detergente
vira
Bolinhas de Sabão!)
Às vezes o preço da vida é caro
Às vezes o produto raro,
parece ter defeito
(lama, limo, xixi de rato)
“Então, moço, cobra mais barato ? “
“Não quer ???”
“Duvido você ter troco pra cinqüenta !!!”
(pra cinqüenta bolinhas de sabão ... !) .
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MAIS QUE ÁGRAFO
-Vinícius Gonçalves de Andrade-
Mais que existir, acordo
e só por isso transcendo.
Escrevo na página - veto
no limbo da página - meta
o poema sem linguagem.
O poema sem linguagem
e só por isso terrestre. O
passado de superfície - futuro
livro de erratas - tornando
o vácuo inexistente
enquanto indumentária.
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segunda-feira, 23 de julho de 2007
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